1. Complicações Isquêmicas
Isquemia Visceral
- devido ao mau posicionamento do endoprótese cobrindo o tronco celíaco
- Tratamento: remoção aberta da endoprótese e, dependendo da situação, correção aberta da UAP
Isquemia Espinhal e Paraplegia (“lesão isquêmica da medula espinhal” – SCI)
- Causa: Fluxo sanguíneo reduzido para a medula espinhal devido ao overstenting endovascular de artérias relevantes para a medula espinhal em combinação com outros fatores de risco, como hipotensão perioperatória, maiores perdas sanguíneas/anemia; especialmente em procedimentos torácicos/toracoabdominais
Se pelo menos dois territórios de perfusão espinhal estiverem comprometidos, a probabilidade de isquemia espinhal aumenta.
- Apresentação clínica: varia de pequenos comprometimentos sensoriais transitórios a distúrbios funcionais dos órgãos de continência até paraplegia completa com acamamento vitalício e necessidade de cuidados
- Tratamento: Aumento da pressão de perfusão espinhal, p.ex., elevação farmacológica da pressão arterial média e colocação de um dreno de líquido cefalorraquidiano para reduzir a contrapressão da perfusão arterial nos espaços de líquido cefalorraquidiano
Profilaxia:
- Evitar fases hipotensivas intra e pós-operatórias e, após oclusão de artérias segmentares, manter uma pressão arterial média de 80–90 mm Hg por pelo menos 48 h
- Colocação de um dreno profilático de líquido cefalorraquidiano espinhal se pelo menos dois territórios de fluxo sanguíneo espinhal (ver acima) estiverem comprometidos e não puderem ser reabertos por medidas de revascularização
- saturação venosa central (ScvO2) perioperatória suficiente de ≥70 % bem como pressão venosa central (PVC) intraoperatória de ≤10 mm Hg, valor de hemoglobina ≥ 8 mg/dl ou manter a perda sanguínea intraoperatória o mais baixa possível, cell saver
- extubação pós-op. imediata para avaliar o status neurológico, verificações de acompanhamento
Isquemia de Membros
- êmbolos periféricos (< 2 %) → resolução através de combinação de trombólise, aspiração por cateter, angioplastia/stent bem como manobra de Fogarty
2. Complicações Sistêmicas
- complicações cardiopulmonares e cerebrovasculares bem como nefrotoxicidade induzida por contraste
- síndrome coronariana aguda, infarto do miocárdio, pneumonia, eventos cerebrovasculares, insuficiência renal → tratamento adequado, interdisciplinar
- avaliação pré-operatória: status cardíaco, função pulmonar, valores de retenção
3. Síndrome Pós-Implantação
- Incidência: 13 – 60 %
- Causa: resposta imune inflamatória com liberação de citocinas devido à ativação endotelial pelo material da endoprótese
- Apresentação clínica: sintomas transitórios, agudos, semelhantes à gripe, febre
- Laboratório: elevação da proteína C-reativa (PCR), interleucina-6 e TNF-α durante a primeira semana após a implantação; tipicamente sem leucocitose e sem detecção de patógenos
- Tratamento: sintomático (medidas antipiréticas, antibióticos não são indicados)
4. Pseudoaneurismas de Vasos de Acesso
- no local de punção após abordagem percutânea mais comum do que após exposição cirúrgica do vaso de acesso
- Incidência de pseudoaneurismas que requerem tratamento: 3 - 6 %
- Tratamento: injeção de trombina guiada por ultrassom no aneurisma, se necessário reparo operatório, esp. em aneurismas > 1,5 cm
5. Migração da Endoprótese
- Deslocamento da endoprótese por mais de 5–10 mm da posição original, geralmente caudal
- Incidência: 1 – 10 % (acompanhamento de 1 ano após TEVAR)
- Principal causa de reintervenções em endoleaks tipo I (ver abaixo)
7. Fadiga do Material
- Causa: fraturas de struts de stent, rasgos no material da endoprótese, afrouxamento de suturas de Prolene que fixam o material da endoprótese aos struts de stent
- Consequência: Endoleaks Tipo I ou Tipo III (ver abaixo)
8. Infecção da Endoprótese
- Incidência após TEVAR: 0,4 – 3 %
- Letalidade 20 – 50 %!
- Fatores de risco: idade, diabetes, obesidade, desnutrição, gangrena/úlcera, duração da hospitalização pré-op., duração da op., acesso inguinal, perda sanguínea, reintervenções, linfoceles, hematomas, seromas, distúrbios de cicatrização de feridas, infecções de feridas
- apresentação clínica variável: achados relativamente leves (elevação de parâmetros inflamatórios), infecções febris até cursos dramáticos com sangramento ativo/perfuração, erosões de órgãos vizinhos com formações de fístulas
- Tratamento: imediatamente após o diagnóstico antibióticos de amplo espectro; sem detecção de patógenos na hemocultura → vancomicina + agente contra patógenos gram-negativos (p.ex. ceftriaxona, fluoroquinolona ou piperacilina-tazobactam), caso contrário de acordo com o resistograma; em caso de persistência ou recorrência de infecção após/ou apesar de antibióticos → explantação cirúrgica aberta da prótese
9. Endoleaks
- Definição: fluxo sanguíneo persistente no saco aneurismático após colocação completa da endoprótese
- Classificação usando o exemplo de aneurismas de aorta abdominal:
- Endoleaks Tipo I e Tipo III estão associados a um maior risco de ruptura do aneurisma → intervenção oportuna recomendada
- Diagnóstico: TC, RM, ecografia duplex codificada por cores com contraste
- Tratamento: