Comece sua versão de teste gratuita de 3 dias — sem cartão de crédito, acesso completo incluso

Gestão perioperatória - Acoplamento DaVinci passo a passo

  1. Introdução

    A cirurgia laparoscópica assistida por robô (por exemplo, usando o sistema da Vinci) é um método estabelecido na prática ginecológica para o tratamento de doenças benignas e malignas. O manejo perioperatório geralmente segue os padrões da cirurgia minimamente invasiva, mas deve levar em consideração os requisitos específicos da robótica.

  2. Histórico Médico e Exame Pré-Operatório

    • Histórico Médico: Registro de condições pré-existentes internas e ginecológicas, cirurgias anteriores (especialmente no abdômen/pelve), histórico de sangramento, plano de medicação incluindo anticoagulantes.
    • Exame Ginecológico: Avaliação da mobilidade uterina, status anexial, anatomia vaginal (especialmente em casos de prolapso ou aderências).
    • Imagem: Ultrassom transvaginal para planejamento cirúrgico; se houver suspeita de malignidade, adicionalmente RM/TC.
    • Estratificação de Risco: Avaliação do risco de anestesia (escore ASA), comorbidades, obesidade (IMC > 35), risco de TVE, limitações pulmonares (posição de Trendelenburg!).
  3. Consentimento informado

    O paciente deve ser minuciosamente informado sobre as especificidades e os riscos potenciais da cirurgia assistida por robô:

    • Procedimento: Explicação do sistema da Vinci (console, braços robóticos, visualização), operação indireta via console de controle, sem ação autônoma de "robô".
    • Riscos: Riscos cirúrgicos gerais (sangramento, infecção, lesão de órgãos), específicos: falha técnica, tempo cirúrgico mais longo devido à complexidade ou curva de aprendizado, conversão rara para laparotomia.
    • Posicionamento: Nota sobre posição de litotomia e Trendelenburg com potenciais complicações neurológicas de posicionamento.
    • Alternativas: Laparoscopia convencional, laparotomia, possivelmente abordagem vaginal.
    • Expectativas pós-operatórias: Mobilização precoce, cicatrizes mínimas, recuperação rápida.
  4. Preparação Pré-Operatória

    • Profilaxia de trombose: Heparina de baixo peso molecular padrão (ex., Enoxaparina 40 mg s.c.) para risco aumentado; adicionalmente, meias de compressão ou compressão pneumática intermitente durante a operação.
    • Desinfecção da pele e remoção de pelos: Apenas se necessário no dia da cirurgia, não rotineiramente.
    • Preparação intestinal: Geralmente, não é necessária evacuação intestinal oral. Indicação individual para endometriose infiltrante profunda ou linfadenectomia.
    • Jejum: Sem alimentos sólidos 6 horas antes da cirurgia, líquidos claros permitidos até 2 horas antes da operação.
    • Profilaxia antibiótica: Dose única perioperatória, ex., Cefazolina 2 g i.v. (alternativa Clindamicina para alergia à penicilina).
    • Cateter urinário: Comum intraoperatório para alívio em cirurgias pélvicas, remover precocemente no pós-operatório.
  5. Particularidades Intraoperatórias

     

    • Posicionamento: Litotomia com Trendelenburg (20–30°); suportes de ombro, travesseiro fixado a vácuo, fixação das pernas em "botas" acolchoadas.
    • Movimento da Mesa (se disponível): Apenas com o sistema Xi para reposicionamento intraoperatório sem desacoplar.
    • Colocação de Portas e Marcação na Pele: Colocação de trocater adaptada à estrutura alvo cirúrgica e anatomia do paciente (trocateres de 8 mm em linha, distância ≥ 7 cm).
    • Técnica: Capnoperitônio via Veress ou trocater óptico, ajuste do robô de acordo com a anatomia alvo ("Targeting"), inserção de instrumentos sob visão.
    • Coordenação da Equipe: A comunicação entre o console e os assistentes é importante; distribuição clara de papéis necessária.
  6. Gerenciamento Pós-Operatório

    • Monitoramento: Monitoramento padrão na sala de recuperação. Monitoramento da circulação, dor, produção de urina e drenagem, se necessário.
    • Analgesia: Geralmente uma combinação de acetaminofeno + AINE. Opioides apenas conforme necessário. PCA para procedimentos maiores (ex.: cirurgia oncológica).
    • Mobilização Precoce: Iniciando 6 horas pós-operatório; continuar profilaxia de trombose até o 7º dia pós-operatório ou de acordo com o risco individual.
    • Nutrição: Líquidos algumas horas pós-operatório, avanço gradual da dieta conforme tolerado.
    • Cuidados com a Ferida: Verificar locais de trocater, trocar curativos após 24–48 horas, remoção de suturas dependendo do material (geralmente absorvível).
  7. Alta

    • Critérios: Mobilidade, nutrição oral, manejo adequado da dor, micção espontânea, condições circulatórias estáveis.
    • Incapacidade para o trabalho: Dependendo da duração do procedimento e do estresse ocupacional, 7–21 dias.
    • Acompanhamento: Check-up após 7–10 dias com o ginecologista ou, dependendo dos achados cirúrgicos, na clínica ambulatorial.
    • Patologia: Discussão pós-operatória dos achados é essencial para procedimentos oncológicos; possivelmente conferência de tumor.